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Advogada é alvo de buscas e quebra de sigilo em investigação contra facção criminosa em Sorriso
A terceira fase da Operação Unfollow, deflagrada pela Polícia Civil de Sorriso na última terça-feira (1º), teve como alvo uma advogada identificada pelas iniciais D.S.S., suspeita de atuar em apoio a uma organização criminosa responsável por diversos crimes na região norte de Mato Grosso. Entre os delitos investigados estão tráfico de drogas, associação criminosa, lavagem de dinheiro, extorsão e homicídios.
A ação cumpriu mais de 30 ordens judiciais, incluindo sete mandados de prisão temporária, dez de busca e apreensão domiciliar, dez afastamentos de sigilo telemático, quatro quebras de sigilo bancário, além do isolamento de um dos líderes da facção no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) na Penitenciária Central do Estado (PCE), onde permanecerá por seis meses.
As diligências ocorreram nas cidades de Sorriso, Várzea Grande e Cuiabá, com apoio da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e da Delegacia de Polícia de Sinop. Vídeos divulgados pela Polícia Civil mostram, por exemplo, a apreensão de uma mala cheia de drogas na casa de um dos alvos da operação.
As investigações apontam que a facção criminosa é altamente estruturada, com hierarquia definida e divisão de funções entre seus integrantes. Entre os principais alvos desta fase estão L.E.F., apontada como esposa de um dos líderes do grupo e que teria assumido o comando do tráfico em Sorriso após a prisão do marido, e a advogada D.S.S., suspeita de atuar como peça-chave na lavagem de dinheiro por meio de empresas de fachada, uma delas em seu nome.
As autoridades estimam que a facção movimentava mais de R$ 19 mil por dia apenas com o tráfico de drogas, utilizando empresas fictícias para escoar os lucros ilícitos.
Mesmo de dentro da Penitenciária Central do Estado, lideranças da organização seguiam emitindo ordens para a prática de extorsões, tráfico de entorpecentes e até execuções. Os criminosos também utilizavam as redes sociais como meio de divulgação de seus atos e intimidação de rivais, estratégia identificada desde a primeira fase da operação, realizada em fevereiro.
Na ocasião, um influenciador digital identificado pelas iniciais J.R. foi preso por envolvimento direto com a facção, usando seus perfis nas redes para promover atividades criminosas e ameaçar donos de casas noturnas e prostíbulos da cidade. Já na segunda fase da operação, deflagrada em maio, outros três jovens também foram detidos por envolvimento com o grupo, sendo todos investigados por tráfico de drogas e associação criminosa.
OAB acompanha o caso
A Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Mato Grosso (OAB-MT) informou que acompanha a operação e que, caso seja comprovada a participação da advogada D.S.S. em condutas antiéticas ou criminosas, o caso será analisado pelo Tribunal de Ética e Disciplina (TED).
A Operação Unfollow segue em andamento, com análise de materiais apreendidos e aprofundamento das investigações para identificar novos envolvidos na estrutura da facção.