Estradas do Estado têm apenas 2 trechos 'bons' para escoar grãos
Levantamento da CNT avaliou qualidade das vias de escoamento
A malha rodoviária de Mato Grosso possui apenas dois trechos considerados bons para o escoamento da produção de grãos do estado, responsável por praticamente um terço do volume de soja e por mais de 55% do volume de milho exportado pelo Brasil no ano passado.
A situação foi apontada pela última pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), divulgado nesta segunda-feira (25), segundo a qual o país perde anualmente R$ 3,8 bilhões por conta de gastos relacionados à má qualidade das estradas destinadas ao escoamento da produção de grãos.
De acordo com o levantamento, que cruzou dados já produzidos em pesquisa mais abrangente feita pela CNT no ano passado, os únicos trechos considerados bons da malha rodoviária destinada ao escoamento estão nas rodovias federais BR-364 (trecho entre Diamantino e as proximidades de Tangará da Serra) e BR-163 (pequeno segmento que sai de Cuiabá com destino a Rondonópolis, mas antes mesmo da bifurcação com a BR-070). Neste último trecho, há um segmento de estrada que a CNT considerou ótimo, mas de dimensão muito reduzida em relação à malha avaliada no estado.
Corredores rodoviários
Em todo o estado, a CNT apontou que a maior parte das principais rodovias de escoamento da safra está em condições regulares ou ruins de trafegabilidade. Os problemas encontrados vão desde a qualidade do pavimento à sinalização e à geometria da estrada.
Principal rota de grãos do estado, a rodovia BR-163 teve seu traçado avaliado como regular desde a divisa Norte do estado até a região do município de Jangada, quando já passa a ser considerada ruim até chegar à capital. Após os poucos trechos considerados bom e ótimo ao sul de Cuiabá, ela volta a ser considerada apenas regular até a divisa com Mato Grosso do Sul.
A mesma avaliação de regular a CNT deu fez para a BR-174, no trecho que sai da divisa com Rondônia (perto do município de Vilhena) até Sapezal, para a BR-364, no trecho entre Campo Novo do Parecis e o início da MT-358, e para a BR-158, no trecho entre Ribeirão Cascalheira e as proximidades de Alto Boa Vista.
A partir daí, a rodovia federal já foi constatada como não pavimentada ou parcialmente pavimentada. Pouco antes de cruzar a divisa com o Pará, a rodovia passa a figurar como ruim, tal como o trecho ao sul de Rondonópolis da BR-364 e a ligação estadual entre Sapezal e Campo Novo do Parecis.