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Deixar de se vacinar retarda a imunidade coletiva, alerta médico
Cor Jesus Fontes afirma que só com a imunização da maioria será possível combater o vírus
O infectologista do Hospital Júlio Müler, Cor Jesus Fernandes Fontes, diz que pessoas que vêm faltando à vacinação estão prejudicando a imunização coletiva em Cuiabá em meio ao aumento de número de casos da Covid-19.
Apenas na última quarta-feira (16) mais de 3,5 mil pessoas não compareceram aos postos de vacinação da Capital. A motivação seria porque muitos querem escolher imunizantes de determinados laboratórios.
Em entrevista ao MidiaNews, o infectologista explicou que esta situação reflete uma atitude individualista, que se baseia em preconceitos por determinadas vacinas e também pela busca por imunizantes que têm eficácia maior.
“Nesse momento as pessoas têm que entender que a maior colaboração, a maior manifestação de solidariedade, é receber a vacina que está sendo distribuída pelo serviço de saúde. No intuito de contribuir para que a imunidade coletiva seja atingida o mais rápido possível. Porque só assim nós vamos minimizar esse grande problema que estamos vivendo, que é a pandemia da Covid-19”, explica.
“Ela [a pessoa] está tomando uma decisão completamente errada para ela e para a coletividade. [...]Está se preocupando com uma questão individual, que é duplamente errada”, acrescenta.
Cor Jesus afirma que hoje não é possível escolher vacina, pois ainda não existe no mundo uma quantidade produzida que seja suficiente para ser comercializada livremente.
Por isso, é necessário que as pessoas tomem aquelas que estão sendo disponibilizadas para os grupos prioritários. Na Capital estão sendo aplicadas vacinas da Astrazeneca, Pfizer e a segunda dose da Coronavac. O objetivo é que a pelo menos 60% da população seja vacinada para garantir a primeira etapa de imunização coletiva.
O infectologista se diz triste ao se deparar com o cenário de pessoas faltando as sua imunização e acredita que a situação está ocorrendo por diversos fatores, sendo uma delas, principalmente, a fake news. O médico também explica que questões ideológicas estão influenciando a população a optarem por não se vacinar em um momento crítico.
“Essa pandemia, e todas as questões relacionadas a ela, foi contaminada por um embate político, ideológico muito grande e aí entram todos os preconceitos possíveis. Entram questões de teorias da conspiração, xenofóbicas com a China e outros países, de ideologia partidária e das fake news que trazem uma série de informações mentirosas. As pessoas ficam meio perdidas nesta confusão”, afirma.
Ele ainda acrescenta que a desinformação está fazendo pessoas mudarem de opinião no meio do caminho. Ou seja, aqueles que tomaram a primeira dose da vacina estão cogitando desistir da segunda pelo atraso que vem ocorrendo.
No entanto, Cor Jesus enfatiza que é mesmo com atrasos é essencial ir tomar a segunda dose. Isto porque, apesar da eficácia ser melhor quando o prazo do fabricante da vacina é respeitado, ainda haverá uma resposta do organismo que aumentará a defesa contra o vírus.
“O que ela [a pessoa] não pode é acreditar que vai ter outra vacina disponível para ela começar do zero, não vai ter. Tome a segunda dose e vamos aguardar no ano que vem, provavelmente vai ter vacina para todo mundo”, afirma.
Cor Jesus instrui também, que as medidas de proteção básicas contra o vírus sejam mantidas ainda que hajam pessoas vacinadas. Segundo ele, apenas seguindo todas essas etapas de imunização será possível ter êxito em combater a pandemia na Capital.
“Não temos outras saída para controlar essa pandemia, é correr atrás e atingir essa cobertura vacinal coletiva”, finaliza.