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Ex-governador de MT diz que devolveu mais dinheiro à Justiça do que o valor desviado dos cofres públicos
Silval Barbosa foi solto em 2017 depois de passar dois anos preso e de devolver mais de R$ 46 milhões em bens
O ex-governador de Mato Grosso, Silval Barbosa, disse nesta terça-feira (21), no Fórum de Cuiabá, que o valor devolvido após acordo de delação é bem acima do dinheiro que desviou dos cofres públicos. Ele foi solto em 2017 depois de passar dois anos preso e de devolver mais de R$ 46 milhões em bens.
Segundo ele, o dinheiro entregue à Justiça pertencia à família dele. "O que estou devolvendo é infinitamente maior do que me apropriei, tanto é que estou pagando com bens de família adquirido com mais de 25 anos para poder honrar o que o MPF (Ministério Público Federal) e a justiça elencou como é o valor que deveria ser devolvido", disse.
Silval conseguiu a progressão de regime na semana passada e agora disse que está tentando voltar à vida normal. "Estou procurando voltar a minha vida normal, retomar minha vida depois de três anos e oito meses que estou recluso. Vou procurar voltar a trabalhar", disse.
Trabalhar é a única mudança prática que a mudança de regime, de domiciliar diferenciado para o semiaberto, assegurou ao ex-governador. "Eu vou trabalhar na empresa da família com meus filhos. Já pedi autorização e vou voltar a trabalhar na empresa da família", disse.
Silval passou por audiência nesta terça-feira para definir as medidas cautelares que irá cumprir.
Ele foi condenado a 13 anos por corrupção e desvio de verba dos cofres públicos, Silval Barbosa vai cumprir o restante da pena no regime semiaberto. Ele já cumpriu três anos e sete meses de pena.
Silval foi preso em setembro de 2015 e é apontado pelo Ministério Público de Mato Grosso como chefe de uma organização criminosa que cobrava propina de empresas privadas em troca de incentivos fiscais durante a gestão dele.
Quase dois anos depois, ele conseguiu prisão domiciliar após devolver bens, entre eles uma aeronave que está sendo usada pela Secretaria de Segurança Pública do estado.
A delação de Silval foi homologada pelo Supremo Tribunal Federal em 2017 e, nos depoimentos, revelou fraudes envolvendo autoridades com foro privilegiado – políticos de Mato Grosso e também da esfera nacional.
Operação Sodoma
O ex-governador foi preso durante a Operação Sodoma, que investigou a existência de uma suposta organização criminosa que cobrava propina de empresários para manter contratos vigentes com o estado, durante a gestão dele.
De acordo com o Ministério Público Estadual, as fraudes ocorreram entre 2011 e 2014, quando Silval era governador.
Empresários seriam supostamente ameaçados a pagar propina sob ameaça de que poderia perder incentivos por meio do Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Mato Grosso (Prodeic).