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Blairo Maggi sinaliza saída do PR e admite filiação ao PMDB
Senador diz que pode levar aliados e não descarta aliança para as próximas eleições em Mato Grosso
O senador Blairo Maggi afirmou que poderá deixar o Partido da República, sigla pela qual se elegeu governador de Mato Grosso pela segunda vez e senador.
Ele também informou que tem mantido frequentes conversas com líderes nacionais do PMDB, além do presidente regional do partido, o deputado federal Carlos Bezerra.
“É claro e evidente que a minha vontade, minha intenção, é de mudar de partido. E, ocorrendo essa mudança, vai ser em direção ao PMDB”, afirmou o senador.
“Discuti isso, na semana passada, com lideranças nacionais do PMDB. Pretendo retomar os contatos na próxima semana. Já tive também algumas conversas com o deputado (Carlos) Bezerra. Ainda estamos discutindo algumas questões”, completou.
Apesar de dizer que ainda está debatendo sobre o assunto, o senador – sem citar nomes – fez algumas críticas ao PR, que é comandado pelos também senadores Wellington Fagundes (presidente em Mato Grosso) e Alfredo Nascimento (presidente nacional).
“Penso em ir para o PMDB por conta da possibilidade de fazer política dentro de um partido que seja mais orgânico”, disse Blairo Maggi.
“Que não seja um partido que tem uma pessoa que manda, que negocia, que leva para onde quer, que faz a coligação que quer e os demais são obrigados a seguir”, completou o senador.
Outro motivo alegado por Maggi é o fato de o PMDB, segundo ele, ser uma sigla de maior inserção nacional e que, por isso, lhe proporcionará maiores possibilidades de discutir projetos políticos.
“A minha decisão, nesse momento, é em função da inserção nacional que o PMDB tem e as possibilidades de poder discutir alguns projetos que, a meu ver, são importantes e que podem ter o apoiamento de um partido que tem um número grande de senadores”, afirmou.
Blairo Maggi disse, ainda, que, ao deixar o PR, poderá levar com ele alguns aliados.
“Isso sempre ocorre. Você tem pessoas que te adoram, outras que te odeiam, aquelas que são mais próximas. Com a saída minha, com certeza, outros irão junto”, disse, sem citar nomes.
O senador afirmou, contudo, não acreditar que sua saída do PR enfraqueça o partido.
Blairo Maggi informou também que, nas próximas conversas que tiver com o presidente do PMDB em Mato Grosso, deputado Carlos Bezerra irá debater questões relacionadas a ambas as siglas. ,
“Mais à frente, vamos ter que olhar internamente nas composições. Tem questões de companheiros que estão nos cargos do PR e que vão disputar as eleições. Eu quero conversar com o Bezerra sobre isso, para que nós tenhamos um acordo político nessa direção, de não agressão ou não sacanagem com aqueles que são companheiros hoje”, disse.
Decisão STF
A mudança de partido do senador mato-grossense ganhou força após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que, na última semana, derrubou a regra de perda do mandato para cargos do sistema majoritário de eleição, como prefeito, governador, senador e presidente da República.
A mudança dá liberdade para gestores que ocupam esses cargos possam trocar de partido sem serem penalizados por ações de infidelidade partidária.
No entendimento de Blairo Maggi, a decisão do STF é acertada. “Eu vejo a decisão do STF como correta. Todos nós que tínhamos disputado cargos na majoritária, tínhamos esse entendimento, pois o voto é na pessoa, não no partido ou na coligação”, afirmou.
“O próprio procurador-geral da República, o Rodrigo Janot, fez uma sugestão ao STF. Na opinião dele, o cargo pertence ao parlamentar, e não ao partido. Então, no julgamento, levou-se em conta a opinião, obviamente, do procurador-geral, que coincide com o anseio dos parlamentares”, disse o republicano.
Ainda segundo Maggi, a discussão ainda poderá ser ampliada para casos relacionados aos mandatos de deputados federais e estaduais, bem como de vereadores.
“Acho que ainda vai ser discutido este assunto em relação aos deputados federais, estaduais, e por que não?, os vereadores. Acredito que também será discutido se o mandato é do parlamentar ou da coligação. Penso que alguns parlamentares irão levantar essa questão”, completou.